08/12/2008

Grãos da cultura

Tenho em casa uma dessas coisas que nos acostumamos a chamar de armário embutido (e que de embutido nada tem, devia ser armário ajustado, no máximo) cheio de cupins. Pode não ser cupim, tecnicamente, mas é parente dele. Podem chamar de broca. É um bicho que vive escondido e vai comendo a madeira por dentro. Quando ele aparece, se manifesta através de um montinho de pequeninos grânulos de madeira que se acumulam logo abaixo de um minúsculo buraquinho por onde ele, o cupim/broca, vai pondo para fora o que cava por dentro da madeira, grão a grão.
Quando vem o verão parece que a atividade dos bichos aumenta e surgem vários montinhos do quase pó, simultaneamente. Vez por outra sai uma geração nova de adultos, com asas e tudo, e eles vão saindo dos buracos, um a um.
Olho para o armário, ele lá, quieto, e penso na intensa atividade interna dos cupins. Penso que cupim também é cultura. Não é, mas parece.
Terá o cupim o projeto de um armário novo, inteiro? Ou ele cava apenas o pedaço de madeira que tem pela frente, sem saber que um dia poderá não ter mais armário? Nem madeira?
Bobo como me sinto, vivo quebrando a cabeça para descobrir a forma de descupinizar. Ou de tirar a cultura do armário.
Estou de volta, companheiros.

Um comentário:

  1. É mais fácil tirar a cultura do armario BOB, clima tropical com armario fechado de madeira por todos os lados nao funciona. Tenha armarios bem ventilados, cuanto mais aparente/visto melhor, roupas penduradas em barras de plástico, bambú ou cordas, barras de metal nem pensar, o salitre é que nem cupim ou melhor dito, é outro tipo de cupim. Pense tb na possibilidade de ter menos roupa. Como dizia um famoso arquiteto MENOS É MAIS.
    Um grande abraço... Barba.

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