27/12/2008

Caro amigo, 2009 vem chegando.

Tudo bem.

Ano novo.

Nada como um texto sobre o novo ano, num blog.

2009 será decisivo.

Penúltimo ano de uma onda que tentou varrer o país, no campo da cultura. Onda que pode ou não ser renovada, na próxima aventura eleitoral. Ou seja, pode não ser renovada e aí veríamos o que, de verdade, ficou plantado na organização da cultura. Não estou falando da cultura no plano de estado ou das instituições dos governos. A provocação é relativa à sociedade, às sociedades no interior da sociedade. Passei a entender que a organização da cultura tem que ser implantada como prática social autônoma, assumida com naturalidade e autonomia pelos seus operadores e apreciadores. Independentemente das estruturas do estado, de preferência.

O desafio é consolidar o acesso à produção cultural. Organizar um circuito que garanta esse acesso, de um lado, e garanta a reprodução do produtor, por outro. Em linguagem capital/empreendedorista: produção e consumo.

Para a produção existem leis de incentivo, fundos e uma legislação completamente inadequada à gestão do dinheiro público a ser aplicado em bens culturais. Rever tudo isso. A crise nasce no/do entendimento do que seja e como seja o bem público na cultura. Ou do entendimento de que e como a cultura é coisa pública. Esse é um belo nó-da-cultura.

Outro nó é a questão do circuito apreciador, para não falar consumidor (mas é consumidor também e temos que assumir isso). E vejo a questão por dois ângulos. Um, a produção do desejo de ir à cultura, ao encontro do bem cultural – tarefa dos media. Outro, a abertura da oferta de lugar de apreciação/exibição. Uma rede de apresentação da cultura liberta e independente dos grande oligopólios internacionais do entertainment. Criar uma rede de lugares para o povo ir ver o que se produz, a preço acessível e perto do lugar em que se vive.

Não é isso? Mãos à obra.