02/04/2009

Os bactericidas

Bactérias da Cultura

Por Roberto Duarte

Ao postar texto novo neste blog, costumo avisar a uma lista de pessoas. Sei que é uma prática invasiva e procuro refreá-la ao máximo. Mas, como a timidez certamente não será a virtude do século XXI, dou lá os meus tirinhos. Ao postar o aviso sobre o texto da Lei Rouanet, logo abaixo deste, recebi uma resposta bem humorada de um velho amigo - do tipo que perde o amigo mas não perde a piada. Ele me mandou, então, o curto e-mail que transcrevo abaixo, omitindo os nomes citados:

“Caro Roberto,
Gostei do artigo...De brincadeira, segue uma frase de meu Amigo Italiano, Piero F.:
'A palavra “cultura”, na língua portuguesa, tem dois significados:

acúmulo de conhecimento,

e um caldo de bactérias...'”

Alem de ser um comentário cético e meio maldoso, ele induz a uma certa desconsideração sobre as visões mais atuais das questões das culturas. Mandei de volta:

“Você e seu amigo italiano P. tocaram na questão central
desse assunto,[...]. O sentido contemporâneo de cultura inclui a idéia de que ela é o
imenso conjunto de micro práticas que constituem os elos mais
elementares da cadeia vital. Coisas tão pequenas como as bactérias,
diante desse mundão todo...
Inclusive a idéia de formação de uma cultura de bactérias serve de
metáfora perfeita...
Sem elas, a Terra seria apenas mais um planeta desértico.
Sem cultura, seremos meros robots. Mas há quem ache isso o máximo!”

- Tenho dito, como dizia meu avô.

3 comentários:

  1. Roberto,

    Gostei da "publicação" do meu comentário, citando Piero Fioravanti, meu Grande Amigo Italiano.
    Nem eu, nem ele, acham inoportuno citar nossos nomes...
    É que a palavra "cultura" é comumente usada sem o conhecimento desse duplo sentido.

    Abraços,

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  2. Gostei muito deste tópico, por isso serei o primeiro a comentar. Talvez você, seja o único a ler...

    http://www.mobilefest.org/noticia.aspx?id=77

    Desatando alguns nós e pondo uma idéia pró humanidade em prática neste festival.

    Quando nos colocamos como humanidade, realmente o que somos. Imaginemos um sistema econômico, a princípio, onde nenhum ser humano ganhará menos de 1.000,00 e mais de 100.000,00 seja lá qual for a unidade monetária...

    Talvez seja mais fácil falar quem está fora desta faixa econômica, os que ganham menos de mil. E os que ganham mais de cem mil, o que acharão desta ordem?

    Não aqui o encontro de todas as rebeldias?

    Nelson Antônio

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  3. Gostei bastante deste tópico por isso posto um comentário aqui e não na lista cineba , por enquanto. Aqui não é o local de encontro de todas as rebeldias?!?

    Na direção dum sistema, a princípio utópico onde ninguém ganhe menos de mil e mais de cem mil, seja lá qual for a unidade monetárias... já fui vaiado e poderei ser pelos que ganham mais de cem mil... com certeza é mais fácil falar quem ganha menos de mil.

    Nelson Antônio

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