28/12/2008

Corpo sem órgãos

Pasqualino Magnavita nos autoriza a publicação do texto abaixo, parte do artigo Corpo sem órgãos, que pode ser lido integralmente com um clique neste link.
Duas questões são tocadas neste parágrafo, de passagem: o poder de controle das redes midiáticas e a violência simbólica. Nós sobre os quais refletir. Vamos ao texto de Pasqualino:

Diferente do que ocorria nas sociedades industrial-disciplinares estudadas por Foucault, nas sociedades pós-industriais, denominadas por Deleuze de “Sociedades de controle”, os corpos deixaram de ser moldados em sucessivas sedimentações em espaços confinados: a família, a escola, a fabrica, o hospital, a prisão entre outros dispositivos de poder, no sentido de distintas modelagens. Hoje, todavia, presenciamos controles que não são mais moldagens, mas modulações, no sentido de modelagens auto-deformantes que mudam continuamente. O corpo, enquanto organismo procede como se estive preso a uma “coleira eletrônica” (metáfora usada por Deleuze) e acionada a distância por redes midiáticas que impõem metas individuais e coletivas sempre deslocadas para novos objetivos, novos produtos, novos serviços, novos financiamentos, aparentemente ao alcance de todos. Manipulação competente na construção de subjetividades que incorporam o poder simbólico da imagem sob a égide do capital financeiro que engendra um elevado nível de alienação nas relações sociais, transformando os interesses privados em estilo de vida, distinção social enquanto seletividade competitiva, prestígio e futuro desejável, indicadores estes que contribuem para acentuar a desigualdade social e promover a violência simbólica e a violência real nas cidades, particularmente nos paises em desenvolvimento.

2 comentários: